segunda-feira, 24 de março de 2014

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA – LIMA BARRETO – MURILO, GABI, KAROL, YURI

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA – LIMA BARRETO – MURILO, GABI, KAROL, YURI
1 - Podemos comparar a história de Triste fim de Policarpo Quaresma a outro romance de nossa literatura clássica. Qual é esse romance?  Como é o nome do autor?
2 - No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país, o cultural, o agrícola e o político. Descreva como isso aparece na obra?
3 - CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
 Não gorjeiam como lá. 

Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 

Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o sabiá; 

Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar – sozinho –, à noite –
Mais prazer encontro eu lá; 

Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o sabiá. 


Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá; 

Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá. 

DIAS, Antonio Gonçalves. Poesia completa e prosa escolhida. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p.103 
TEXTO II 
Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo; Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com seu gado, não era o café de São Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves – era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro. 
Logo aos dezoito anos quis fazer-se militar; mas a junta de saúde julgou-o incapaz. Desgostou-se, sofreu, mas não maldisse a Pátria. O ministério era liberal, ele se fez conservador e continuou mais do que nunca a amar a "terra que o viu nascer." Impossibilitado de evoluir-se sob os dourados do Exército, procurou a administração e dos seus ramos escolheu o militar. 
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Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais, que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. Defendia com azedume e paixão a proeminência do Amazonas sobre todos os demais rios do mundo. Para isso ia até ao crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo e era com este rival do "seu" rio que ele mais implicava. Ai de quem o citasse na sua frente ! Em geral, calmo e delicado, o major ficava agitado e malcriado, quando se discutia a extensão do Amazonas em face da do Nilo. 

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. In: Três Romances. Rio de Janeiro: Garnier, 1990, p. 17-18 

Faça uma relação entre a valorização do nacional na poesia de Gonçalves Dias e a valorização do nacional nessa citação de Triste Fim de Policarpo Quaresma. (Comparando os textos e a valorização do nacional em ambos).
4 – Faça uma relação entre o nome do livro: Policarpo Quaresma e o personagem principal.
 5 – Classifique o personagem Ricardo Coração dos Outros à luz das características pré-modernistas encontradas na obra de Lima Barreto. Para que serve a criação desse personagem, o que Lima Barreto quer criticar com a inserção desse personagem?
6 – Qual é a crítica político-social inserida na obra? De que forma isso é realizado?

7 – Resuma com suas palavras o livro Triste fim de Policarpo Quaresma.

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